Escravo da Saudade (part. Baitaca)
Paulo Gualberto
Vamos, moçada, dançar um xote largado
Arrodeado pros dois lado na sala do CTG
Comer costela assada em lenha na vala
Tradição que me regala este jeito de viver
Encilha o pingo, emala o poncho no arreio
Mesmo com o tempo feio, a tropa tem que seguir
Leva, na guampa, uma pura de alambique
Se acaso tu ficar triste, leva um trago pra esquecer
Pra quem não teve uma vida na campanha
O coração não estranha e nem forte pega a bater
Mas, prum campeiro que se embretou na cidade
Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver
Pra quem não teve uma vida na campanha
O coração não estranha e nem forte pega a bater
Mas, prum campeiro que se embretou na cidade
Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver
Jogar um truco, tentear a sorte no osso
Se aprende, logo de moço, a forma de se entreter
Correr carreira em pelo numa Gateada
É tudo que precisava, no domingo, acontecer
Beber apojo ordenhado no galpão
Quem já fez, sabe o que é bom, nem é preciso dizer
Comer canjica numa guampa de coalhada
Num pampa branco de geada, num bonito amanhecer
Pra quem não teve uma vida na campanha
O coração não estranha e nem forte pega a bater
Mas, prum campeiro que se embretou na cidade
Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver
Pra quem não teve uma vida na campanha
O coração não estranha e nem forte pega a bater
Mas, prum campeiro que se embretou na cidade
Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver
Hoje, distante, relembra a velha morada
O canto da passarada quando chega o alvorecer
Mateia triste sonhando com o galpão
O pai-de-fogo e o Alazão e o campo p'a recorrer
Todo campeiro que se ilude c'o a cidade
Sofre uma barbaridade, é como um potro bagual
Aceita arreios e o freio da saudade
Mas a sua liberdade é uma coisa desigual
Pra quem não teve uma vida na campanha
O coração não estranha e nem forte pega a bater
Mas, prum campeiro que se embretou na cidade
Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver
Pra quem não teve uma vida na campanha
O coração não estranha e nem forte pega a bater
Mas, prum campeiro que se embretou na cidade
Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver
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