Não Perdi a Minha Fé, Parte II

Vai além do mundo, vai além de tudo
Mais alto que as alturas, mais fundo que o profundo
O meu amor por ti, o teu amor por mim
E vai ficar assim, e vai ser sempre assim
Difícil de falar, difícil de explicar
Até pra respirar, difícil não chorar

Tudo que suportou, tudo que relevou
Olhou pro verme aqui, mas não desanimou
E foi até o fim, últimas consequências
A cruz tão violenta, a cruz tão violenta
E foram tantas marcas, lágrimas tão amargas

O suor misturado com seu sangue sagrado
Tudo que me constrange já faz parte de mim
Não sai da minha mente, não tem como fugir
Foi mais que um massacre, não sei se me entende
Foi mais que hediondo, não sei se compreende

Quem tem boca fala o que quer
Só sei que eu não perdi a minha fé
Quem tem boca fala o que quer
Mas Deus, eu não perdi a minha fé

Quem tem boca fala o que quer
Só sei que eu não perdi a minha fé
Quem tem boca fala o que quer
Mas Deus, eu não perdi a minha fé

Bateu bem forte pra arrancar a pele
Bateu bem forte pra arrancar a carne
Soldado do inferno, romano covarde
Riam do seu sofrimento, achavam tão engraçado
Seus gemidos de dor, o corpo dilacerado

Não sei se alguém se importa, mas eu não esqueci
Foi pelo verme aqui, foi pelo verme aqui
A cruz pesada, cuspe na cara
Humilhação pública, as pernas bambeavam
Divertido pra eles furar suas mãos

Divertido pra eles furar os seus pés
Os fariseus em volta deram nota dez
A cada marretada, várias gargalhadas
A cada marretada, a multidão delirava
Respiração pesada, disse com dificuldade

Pai, por favor, perdoa eles não sabem o que fazem
Um cretino fez uma pergunta infeliz
Se é filho de Deus, por que não desce daí?
Eu mesmo posso responder
Foi pelo verme aqui

Quem tem boca fala o que quer
Só sei que eu não perdi a minha fé
Quem tem boca fala o que quer
Mas Deus, eu não perdi a minha fé

Quem tem boca fala o que quer
Só sei que eu não perdi a minha fé
Quem tem boca fala o que quer
Mas Deus, eu não perdi a minha fé