
Do Que a Tarde Não Vê
Raineri Spohr
Parece até que as figueiras
Chovem nos galhos copados
E que os cavalos da encilha
Já vêm de lombos suados
Bailam as franjas do poncho
Em contraponto às do baio
Talvez, tremendo de frio
Neste finzito de maio
Cada pisada do pingo
Cruzando verdes caminhos
Rouba o orvalho do campo
Pra cintilar os machinhos
Cachorros molham o faro
Campeando não sei o que
E a manhazita redobra
A luz que a tarde não vê
Os choramingos do basto
Se calam por um instante
E as botas mudam de cor
No porteirão, mais adiante
E o sereno, por ciúmes, vai
Tenteando nesta hora
Por sementes de ferrugem
Sobre o lume das esporas
Tresontonte foi a chuva
Que afogou marcas de casco
Hoje o Sol é quem mateia
A seiva que vem do pasto
Mas lá na costa do mato
O serenal ainda brilha
E mostra, antes do cusco
Onde se entocam as novilhas
O sereno cobra o preço
De quem lhe pisa por cima
Esta é uma grande verdade
Que as alpargatas confirmam



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