Um Trago de Lua
Robson Garcia
Já está guacha a primavera
Do setembro que lhe trouxe
Com um arvoredo a um céu copado
Crivado de Lua doce
Donde andará pica flores
Pairando num galanteio
Deixando o pólen em rumores
E os beijos num gambeteio
Se a soma agora um pulpero
Pra colher com ás na mão
E demonstrar que é possível
Tocar no céu desde chão
Juntando assim pro balcão
Senhoras de pura essência
Que farão a canha crua
Dar adeus a transparência
Lunitas, claras, coloradas
Amarijitas, morenas
Que as vezes afrouxam juras
Pensadas de almas serena
Tenho então no bolicheiro
Bem mais que um despachador
Pelo fato é um milagreiro
É confidente golpeador
Arrancou do céu copado
E separou por garrafão
As quatro luas do pago
Que trago a trago se irão
São butiás mais guabijus
E araça a de duas cores
Mas eu golpeio com baio
Pra não lagrimiar amores
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