
Vila Isabel 2026 - Gabriel Machado
Samba Concorrente
Moleque foi vadiar
No jongo e rancho, sinhá
Mandinga, pertencimento
Umbiga, tia baiana
Ginga meu negro Lino
O samba tem fundamento
Da praça xi ao boulevard
Sonhou o chão do seu lugar
Nos terreiros da cidade para o povo incorporar
Tem cavaco em aquarela multicor
E o pavilhão que gira ao som de um tambor
Meu pavilhão que gira ao som de um tambor
Firma ponto no quintal
Assentamento no congá
Alabê-nilu, atabaque de Xangô e Oxum
Pequena África, prazer em batizar
Seu legado hoje é macumbembê, samborembá
Declama o Rio com propriedade
Malandragem, boêmia, damas, cabarés
Tempos fiéis, tingidos de saudade
Poesia eternizada na alma dos pincéis
Pierrot apaixonado
Versos no papel, chorou luares
Dos bares com Noel
Pra arte negra mundial
Os seus prazeres cantam a Vila Isabel!
Canta, Vila Isabel!
Rei negro, Heitor!
Seu sonho desfila
De azul e branco, os tons da nossa vila
Rei negro, griô!
Seu quadro é a vida
Nosso passado e o presente na avenida
Meu feitiço a encantar e defumar
Farofa, vela, dendê
Exú e erê
Eu sou a vila, sou casa de macumba
A mãe do samba, da kizomba e da quizumba



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