Boamorte
Violante
Da turva e lenta madrugada
Um pássaro negro das mais negras asas
Cobriu de sombra meu riso
Cobriu de cinzas minha casa
Meu erro é querer-te mais
Teu corpo grande sustenta
A arquitetura acesa, suspensa
Quando imprime a febre
Se tua carne cede és todo meu
E rouba a luz do sol depois que amanheceu
E a luz que fica faz do homem quase deus
Lábio de pedra beijo azul
Tudo que gosto e temo sei que mereço
Nosso desejo é meu invento
Sei do mal que te cobre desde o começo
Espero atento a hora exata de voltar
Viver sem ti é qual morrer sem ver o mar



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