Hotel

Depois de uma seca na alma, eu fui viajar
Os discos vendi, os livros eu dei pra Ana Cristina
Num golpe de vento eu estava na estrada com meu par de botas
E no fim do dia encontrei um hotel com as portas abertas

No hotel, às 6
Olho o céu
E penso com preguiça
Na vida tão vazia

O hotel estava imerso no escuro e eu não vi ninguém
Então eu gritei: Eu quero um quarto!
Não houve resposta, apenas o eco em algum corredor
Depois de uma hora, encontrei, por acaso, o interruptor

No hotel, às 6
Olho o céu
E penso com preguiça
Na vida tão vazia

Veludo vermelho, cassino fantasma
Tilintar de copos e insistentes risadas
Não penso em você, não penso em nada
Sou o rei do hotel, sou o rei da estrada

No hotel, às 6
Olho o céu
E tenho a fantasia
De nunca voltar à vida