
Esquina
A Refúgio
Dedos vermelhos, chão
Caminhar servil
Você passava ali pela consolação
Ninguém nunca viu
O melhor sabor
Pela contramão
Cê não sabia como caminhava, então
Corpo diluiu
E aí você se foi
Pela condução
Era como se soubesse
Que não desce
E vai ficar
E pelo metrô
Pela estação
Era como se soubesse
Que não desse
Pra dobrar
A esquina
Sóis amarelos, vão
Jogo chato, vil
Os pés amassados na cara do portão
Passada senil
Restos de vigor
Fato pueril
Os seus anseios eram como os de lô
De betânia e gil
E aí você se foi
Pela condução
Era como se soubesse
Que não desce
E vai ficar
E pelo metrô
Pela estação
Era como se soubesse
Que não desse
Pra dobrar
A esquina
Licença de amor
Bebe meu cantil
Nessa cidade não se vive sem senhor
E você sumiu
Postes, livros
Fortes crivos
Mortes, vícios
Lotes quistos
E aí você se foi
Pela condução
Era como se soubesse
Que não desce
E vai ficar
E pelo metrô
Pela estação
Era como se soubesse
Que não desse
Pra dobrar
A esquina
A esquina
Não desse pra dobrar
A esquina
A esquina
Não desse pra dobrar
A esquina



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