Nego Ócio
André Ressel
O Ócio era um nego que vivia a sonhar
Sonhar com as estrelas que cingiam o luar
Em cada esquina ele fazia o seu lar
E a Deus dará ganhava seu pão,
Até adoecer de solidão
Tão triste deixou de ver a lua a brilhar
Cansou de fazer do viaduto o seu lar
Jurou que um dia sua vida ia mudar
“Eu vou trabalhar, vou pra construção”
“Quero me erguer, sair do chão.”
E o nego Ócio trocou o papelão
Pelo aconchego de um barracão
Comprou um rádio, TV e um sofá pra deitar
Mas tão cansado que não mais voltou a sonhar
O Ócio era um nego que vivia a vagar
Por entre os andaimes da cidade a rogar
Pela liberdade que vieram roubar
E a Deus dará, chorava em vão
Até adoecer de aflição
Um dia o Ócio não foi trabalhar
Pediu demissão sem se justificar
E fez-se vadio deixando o mundo a girar
“Vou me embriagar, não há solução”
“Quero esquecer, voltar pro chão”.
E o nego Ócio trocou o barracão
Pelo sossego de um papelão
Vendeu o rádio, TV e um sofá de deitar
E, feito criança, viu o céu e se pôs a chorar.



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