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De Mates e Milongas

Antonio Fontoura

Cevando um mate solito
Converso com meus segredos
Que a alma velha ainda guarda
Sem artifícios nem medos

Depois de lavar a erva
Sinto que a noite se alonga
E trás pra ao redor do fogo
A pampa em tom de milonga

Milonga é alma e garganta
Milonga é a voz do galpão
Milonga é a rima que encanta
A charla ao pé do fogão
Trazendo a paz que acalanta
As penas do coração

Como faz pra um campeiro
Depois de parar rodeio
E vara a noite por diante
Perdido num bordoneio

Quando uma guitarra chora
Nas mãos rudes de um campeiro
É o Rio Grande que renasce
Nos versos de um guitarreiro


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