
Galope Beira-mar Para Bispo do Rosário
Antonio Nóbrega
Então, meia-noite, anjos emissários
Em conta de sete, de aura azulada,
Falaram pra ele, punhando as espadas:
És tu o escolhido, bispo do rosário.
Terás de fazer o teu inventário
E reconstruir o universo sem par
Pra diante de deus tu te apresentar
Vestido em teu manto vermelho-centelha´,
Entrou no hospício da praia vermelha
Cantando galope na beira do mar.
Aí agarrou-se àquela missão,
Mas todos diziam que era loucura.
Sozinho a sentir a dor, a agura
De ter de fazer a reconstrução.
De enorme tarefa e tudo à mão,
Só tinha sucata para começar.
Sem barro de adão pra ele soprar,
Só cacos de vidro e tacos de telha,
Ali no hospício da praia vermelha
Cantando galope na beira do mar.
Juntando pedaços de panos, caixotes,
Com pregos, botões, colheres, canecos,
Flanelas, lençóis, agulhas, chinelos,
Brinquedos, moedas, um velho holofote,
Lutou contra todos, virou dom quixote,
Com lixo a empreitada pôde terminar,
Até que um anjo o veio buscar.
E aí, com meu deus, fizeram parelha,
Saiu do hospício da praia vermelha,
Cantando galope na beira do mar.



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