
Ex-Prisioneira
As Galvão
Cumpriu a pena
Uma dezena de anos perdido, uma bobagem
Saindo agora
Estão lá fora a sua espera, fome e chantagem
Nenhum parente
Estão ausente a mãe e o filho que não conhece
Sem endereço, um recomeço
Que ninguém sonha mas acontece
Ela queria voar como andorinha
Alcançar o seu destino que fugia
Esquecer o que a pátria prometia
Vida de pobre, de loteria
Voa, voa sonha alto, ave ferida
Voa atrás daquela sorte prometida
Vai buscar pra sua gente tão sofrida
O que precisa, pão e justiça
Vender o corpo no cais do porto
Por uns centavos, pela comida
Matar a fome, comprar um nome
Um telefone, uma saída
Vida rasteira de brasileira
Ex-prisioneira sem pedigree
Contar com a sorte, pedra e bodoque
Vencer a morte, não desistir



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