visualizaciones de letras 3.208

Lamento de Caboclo

Belmonte e Amaraí

Por um trilho estreito entre samambaia
De chapéu de palha eu ia pra mina
Enchia o corote com a canequinha
De água fresquinha, limpa e cristalina

Depois me assentava no barranco ao lado
E entusiasmado eu ficava olhando
A queda da água rodando o moinho
E no ribeirãozinho o monjolo malhando

À tarde eu deixava o monjolo parado
E o arroz socado levava pra janta
Corria na venda, comprava envelope
Voltava à galope num cavalo pampa

Tomava um traguinho, jantava bastante
Achava importante escrever pros parentes
Contando que a roça estava limpinha
E que ninguém tinha ficado doente

Mas minha pobreza foi contaminando
E aos poucos tirando esta felicidade
Embora a roça, era o berço sagrado
Me vi obrigado a mudar pra cidade

Passei a comer arroz de pacote
Troquei o corote por filtro esmaltado
Nem carta escrevo, pois vivo sozinho
Só vejo moinho no supermercado

Se vejo monjolo, é movido a motores
Só em casas de flores vejo samambaia
Mas fico orgulhoso por ver margaridas
Limpando avenidas de chapéu de palha

A minha saudade que tenho guardada
Será revelada se um dia eu voltar
Então pedirei perdão ao presente
Pra eternamente na roça eu ficar

Escrita por: Carlos Cezar / Morgado. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.
Enviada por PEDRO. Revisiones por 2 personas. ¿Viste algún error? Envíanos una revisión.

Comentarios

Envía preguntas, explicaciones y curiosidades sobre la letra

0 / 500

Forma parte  de esta comunidad 

Haz preguntas sobre idiomas, interactúa con más fans de Belmonte e Amaraí y explora más allá de las letras.

Conoce a Letras Academy

¿Enviar a la central de preguntas?

Tus preguntas podrán ser contestadas por profesores y alumnos de la plataforma.

Comprende mejor con esta clase:

0 / 500

Opciones de selección