Um sopro me desfaz
Eu sou um grão de areia
Que sobrou
Da rocha mais antiga
Desgastada pela vida
Que não se ensaiou
Entrei no palco sem saber porque
E hoje fico nua
Espalhada pelo chão
Frágil como todos devem ser
Com espaços pra que possa encaixar
Teu abraço que liberta o meu choro
Se confunde com um lar
Mal maior não há
Do que a solidão de quem não vê
O mundo derretendo
Com as lentes da razão
Na voz de um salvador
Existe sempre ego pra julgar
Aqueles que se deixam
Permear pela dor
Frágeis como todos devem ser
Com espaços pra que possa encaixar
Teu abraço que liberta nosso choro
Se confunde com um lar




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