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O Enterrado Vivo
Carlos Drummond de Andrade
Los vivos enterrados
O Enterrado Vivo
Siempre es en el pasado ese orgasmo
É sempre no passado aquele orgasmo,
es siempre en el presente que doble
é sempre no presente aquele duplo,
Siempre es en el futuro el pánico
é sempre no futuro aquele pânico.
Siempre está en mi pecho esa garra
É sempre no meu peito aquela garra.
Siempre es en mi aburrimiento lo que asentir
É sempre no meu tédio aquele aceno.
Siempre es en mi sueño esa guerra
É sempre no meu sono aquela guerra.
Siempre es asunto mío que la mujer distraiga
É sempre no meu trato o amplo distrato.
Siempre en mi firma la vieja furia
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Siempre en el mismo error otro retrato
Sempre no mesmo engano outro retrato.
Siempre está en mis saltos el límite
É sempre nos meus pulos o limite.
Siempre está en mis labios el estampado
É sempre nos meus lábios a estampilha.
Siempre está en el mío, no en ese trauma
É sempre no meu não aquele trauma.
Siempre en mi amor, la noche se rompe
Sempre no meu amor a noite rompe.
Siempre dentro de mí mi enemigo
Sempre dentro de mim meu inimigo.
Y siempre en el mío la misma ausencia
E sempre no meu sempre a mesma ausência.
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