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Amargo, Trança E Saudade

Carlos Madruga

O vento arrepiando a quincha
Guasqueia a chuva no oitão
Em escramuças relincha
Pelas frinchas do galpão
Corto um tento enquanto incha
A erva pro chimarrão
Bombeando a cuia morena
Serena, leito de rio
Arrocho o bocal dos sonhos
Lonqueando o peito vazio
Pra tironear a saúdade
Da China que já partiu
São domas, tramas, presilhas
De tentos bem desquinados
No feitio das cordas cruas
Sovando xucros e domados
Pras festa apero a capricho
De prega e botão tapado

No amargo, sorvo saudade
Parceira das noites longas
Arrematando a lembrança
Que minha mente ressonga
Ao corredor de esperança
Nas rédeas dessa milonga

Com a lonca do cebruno
Que morreu no manancial
Ponteio em cruz na peiteira
Curtida com leite e sal
Do couro do touro pampa
Maneia forte e buçal
Faca buena, cravador
Sovador, mate e paciência
E na estaca dos recuerdos
O couro de alguma ausência
São avios pra este guasqueiro
Trançar rumos na querência

No amargo, sorvo saudade
Parceira das noites longas
Arrematando a lembrança
Que minha mente ressonga
Ao corredor de esperança
Nas rédeas desta milonga

Escrita por: Anomar Danubio Vieira / Carlos Madruga. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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