
Trapo Humano
Cezar e Paulinho
Desse jeito que eu estou
Nem sei se Deus me aceita lá no céu
O vazio que você deixou
Me largou na mão com meu chapéu
E ao léu eu vou levando a vida
Estou largado e vivo a rastejar
Vou alimentando a ferida
Com bebidas, no balcão de um bar
Tem horas que eu não sei se é noite
Uu se já é dia
E a voz no fundo do poço
É a luz que me guia
Bebendo, vou me divertindo
Com a solidão
Perdendo a noção do tempo
E da razão
Você se transformou num gole
Prole de serpente
E a mardita quer que eu me esfole
Quer que eu me arrebente
Um trapo humano eu sei que sou
Até a minha mãe eu chamo
E a cada trago que eu dou
Mais eu te amo



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