A Fome
Céu de Pedra
Pouco importa se esse teu carro é importado
Roupa só de marca só te marca como gado
Nunca dividiu e agora está endividado
Mora lá mas nunca deu moral para ninguém
Tantos bens mas acho que ninguém mais te quer bem
Pode até um tempo então matar, mas a felicidade você não mantém
Num carro do ano, sem rumo, sem planos e os danos são tantos
Na vida esquecida, estraga, invalidam-se os anos
Não é na barriga, é na alma que tu passa fome
E o consumismo te consome
Banco te ajudar é melhor esperar sentado
Juro que te dobra que te faz pagar dobrado
Alegria à vista e o sofrimento parcelado
Sem objetivos se cercando de objetos
Amarga tua língua, mingua a falta de afeto
Percebeu que se lançou no ar e que nada é concreto
Pra findar a dor sem o par, o pavor solitário
O peito que sangra e a mente que espanta os fatos
Não é na barriga, é na alma que tu passa fome
E o consumismo te consome
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