
Alminha
Chico César
Uma alma não aprende nada
Mas sonha desvairadamente
Uma alma de si mesmo admirada
A si sonhando brasileira
Para todo sempre
Perdida de paixão e adiada
De ser a alma de toda a gente
Almazinha brasileira apaixonada
A animar os patriotas eloquentes
Ó, alma minha, alma nossa, exaltada
A exaltar novos heróis, os mais valentes
Pois ser alferes num país banguela
É arrancar da tirania os dentes
E agora almas nunca dantes encarnadas
Habituando-se aos nossos corpos quentes
A guerrear contra a elite desalmada
No chão da nação ensanguentada
No céu das andorinhas revoadas
No chão, irmão, irmã assassinada
Se soma a nossa natureza exuberada
Pois os plantamos como sementes



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