
Quando Chove
Cláudio Lins
Quando chove e o dia se descobre
Atrás da pedra quente escorre
Água forte até chão
Tempestade chicoteia frente a frente
A ponte sobre o rio
Chove forte no sertão
Somos corriqueiros personagens,
Manequins nessa viagem
Gente é nada perto da devastação
Nada é mais violento do que a imensidão do tempo,
Bem mais forte do que chuva de verão
Do infinito cai
Vazio estonteante e o tempo vai
O vento varre o instante e a chuva faz
Lavagem na retina
O sertão é gente,
Gente corre contra o tempo
Mas o tempo voa na palma da mão
Quando a vela apaga no topo do candeeiro
Vê que tudo é passageiro, baque seco do trovão
Somos corriqueiros personagens,
Manequins nessa viagem
Gente é nada perto da devastação
Nada é mais violento do que a imensidão do tempo,
Bem mais forte do que chuva de verão



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