Panorama
Claudio Nascimento
Da janela deste apartamento contemplo a cidade fria
Romaria pela praça pela graça de belos dias
Da janela deste apartamento vejo sangrentas verdades
Brotadas da desgraça nua pelas ruas da cidade
Da janela o silencio me açoita ao ver famintos inocentes
São o retrato da sub vida o fruto amargo de uma semente
Da janela mais uma cena vejo bêbados febris
Na lucidez da violência na embriagues do país
Da janela deste apartamento vejo mulheres objeto
Vendidas a preço de prazeres vencidas por dias desertos
Da janela deste apartamento vejo gente valente a protestar
Contra os braços dos poderosos pra ver a situação mudar
Da janela entendo melhor as coisas que leio nos jornais
São sempre vivas que a ausência de Deus traz
Da janela eu reconheço mais que o mundo não compreendeu a luz
Que a paz não passa de um sonho que essa escuridão produz
Da janela deste apartamento tal quadro vem me desafiar
A lançar mão no arado e a boa nova então plantar
E a boa nova anunciar e a boa nova espalhar



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