Morro do Quilombo

Morro del Quilombo

Morro do Quilombo

Quién escuchó esos lamentos que avanzaron en la noche adentroQuem ouviu esses lamentos que avançaram noite à dentro
Y rompieron el silencio y la calma del sertón?E romperam o silêncio e a calma do sertão?
En las noches de Luna llena pude escucharNas noites de Lua cheia pude ouvir
Una voz desde el quilombo que clamaba asíUma voz lá do quilombo que clamava bem assim

Mi tierra está lejos, de donde viene el SolMinha terra é lá bem longe, das bandas de onde o Sol vem
Esta tierra es más bonita, pero a la otra quiero tambiénEsta terra é mais bonita, mas à outra eu quero bem
Allá, mi aldea brillaba bajo el cieloLá, minha aldeia brilhava sob o céu
Mi gente celebraba la vida, el viento, el Sol y el marMinha gente celebrava a vida, o vento, o Sol e o mar

Un barco negrero me trajo aquíUm navio negreiro me trouxe pra cá
Dentro de un sucio camarote, apretujadoDentro de um porão imundo, a me acotovelar
Con hombres, mujeres, compañeros, niñosCom homens, mulheres, malungos, guris
Era una prisión terrible, como nunca viEra uma prisão terrível, como eu nunca vi!

El señor Dios de los desgraciados que me libre del azoteO senhor Deus dos desgraçados que me livre do açoite
Viramundo, palmatoria, angelitos, cepo, picotaVira-mundo, palmatória, anjinhos, tronco, pelourinho
¿Cómo pueden los dioses permitirComo é possível aos deuses permitir
Tanta crueldad? ¿Pero quién puede escucharme?Tamanha crueldade? Mas quem pode me ouvir?

El capitán del mato está acechándomeO capitão-do-mato está a me espreitar
Temo que me entregue al cruel capatazEu temo que ele me entregue ao cruel capataz
Solo espero escapar lejos de aquíSó espero fugir pra bem longe daqui
Quién sabe, regresar a África, de donde partíQuem sabe, voltar pra África, de onde eu saí

No quiero tus dioses, tus tierras, tus cadenasEu não quero os teus deuses, tuas terras, teus grilhões
Solo te pido libertad y es lo que niegas sin perdónSó te peço liberdade e é o que negas sem perdão
Quién podrá olvidar tales lamentosQuem poderá esquecer tais lamentos
Que vinieron de la oscuridad de la noche que la razón iluminó?Vindos do breu da noite que a razão iluminou?