A Tempestade
Euler Ferreira
Anoiteceu bem mais cedo que ontem
Nem um sinal de estrelas no céu
O vento frio prediz tempestade
E sopra as folhas perdidas ao léu
A Lua nova ocultou sua face
A brisa leste tornou o clima frio
E as bruxas que circundavam as luzes
Caíram nas águas turvas do rio
Você diz que é tarde
Eu digo que não
Tarde, muito tarde
Eu digo que não!
As nuvens negras mancharam as trevas
E toda a terra tremeu com o trovão
De vez em quando, o clarão das centelhas
Nos fere os olhos, ofuscando a visão
Se a chuva vem, todos correm e se escondem
Sob as marquises dos prédios cinzentos
E, então, aguardam melhores momentos
E com a estiagem nascer novo dia
Você diz que é tarde
Eu digo que não
Tarde, muito tarde
Eu digo que não!
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