Trajeto
Filomedusa
Andando pela rua
Lua noite, pele nua
E pelo caminho espinhos não pedem licença
Envolta pelo escuro
Bem mais só do que seguro
Desvio dos tiros em cada suspiro
Me salva então
Da dor
Perco o freio na descida
Mais amarga que vazia
Venerando a agonia
O meio fio é o guia
Raia o dia
Na calçada da avenida abandono a letargia
Clareada pela via, convertida a alegria
Raiou o dia.
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