Ampulheta do Tempo
Franazzi
Traduzir a efemeridade com poesia
Era tudo o que eu mais queria
Ensinar que egoísmo é lama de esgoto
Consomes tudo o que é vivo e o torna morto
Ensinar que o medo é uma cova mental
Que o aprisiona em si mesmo e banha-o em sal
Ensinar que no túmulo tudo se desgraça
Prepotência, orgulho, comido por traça
Coroa, diamantes, realeza morta
A tampa quando fecha, nada mais importa
Preconceitos, avareza, títulos de nobreza
Quando a terra cobre vira tudo impureza
Na ampulheta do tempo o abraço é um bom passo
Pois, respeito e empatia andam meio escasso
Mostra que as folhas que com o vento caem
São sopros de vidas que com o tempo se esvaem
As lembranças e ações de um eterno momento
São marcadores astrais da passagem do tempo
Que resumem e definem toda uma vida
Seja de dores ou amores a resposta é ouvida
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