Katanas de Algodão
Gabe Cielici
Tudo o que eu tenho
São piadas ruins
E um cavalo empalhado
Porque no meu prédio não pode ter animal
Vivo, sozinho
O monstro de baixo da cama
No passado era o eu do futuro
Chapado, com pânico e assustado
Se escondendo do mundo
Horrível, sofrível
A minha carreira é um cadáver
Estirado no chão
E eu só queria que zumbis
Não fossem ficção
Caminho, faminto
Nada queima mais bonito
Do que as brasas de uma ponte
O rancor é um licor e eu sou o fornecedor
Então as vezes eu bebo da fonte
Brindo, vômito
Acordo e faço alongamento
Esperando o momento
Que vocês vão me crucificar
Pelo seu próprio divertimento
Pipocas, risadas
Estou com pressão baixa e chorando
E ao mesmo tempo pensando
Se eu for engolindo o sal das lágrimas
Será que a pressão vai aumentando
A minha abordagem é a auto sabotagem
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