Lavrador
Giancarlo Borba
Se ele lava a mão
Aguão, sabão remove
A cor do mato, daterra
Mas não tira a luva de calos
Se ele toma um trago de branca
Arranca as trava da garganta
E canta e canta e canta
E canta e canta e canta
Mas não espanta seja o que for
Que o faz levantar antes do dia
Cavalo, arado, enxada, arame
E um enxame de atrasos da lida
Limpa a cacimba, o milho, a trilha
E espara a lua boa pra enfrenar
A alegria um amanha que vira
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