Matilha
Gil Kafka
em toda família há sempre um tanto de uma matilha
pouca carne para tantos irmãos
ainda há tempo
ainda há um pensamento puro
pena ser tão raro o fardo do perdão
não mudarei, eu não
ninguém vai me moldar
me transformei no ser melhor que podia ser
não vou me ajoelhar, eu não
nunca gostei de implorar
vivo assim para mim: ovelha negra até o fim
em todo destino há sempre um tanto de um menino amargo
que não tem noção da força que tem
em toda escória há sempre uma estória de uma fortuna antiga
é triste ser ambígua a face que eu te dei
e quem pensa que eu aprendi...
Ainda tenho mais e quero mais, bem mais
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