Viajante Clandestino
Hugo Becker
Sou apenas mais um viajante clandestino
Cheio de planos e de sonhos sempre na contramão
Relutante em seguir por essa estrada
Que o destino me deixou como uma última opção
Mas ao invés de eu trilhar o meu caminho
Eu insisto em encontrar saídas onde elas nunca estarão
Tentando ter em meu controle o tempo dos meus dias,
Mas os dias são mais fortes, e eu perco o tempo entre as minhas mãos
Não... esse tempo não pode ter sido em vão
Não... o que eu faço pra sair da escuridão?
Já não meço os meus passos, sigo em frente
De olhos bem fechados, eu nem sei aonde vou chegar
Mas na minha estrada tudo está deserto
E o horizonte me parece tão difícil de alcançar
Talvez eu tenha esgotado o meu limite de argumentos
Pra insistir nessa viagem que parece não ter fim
E já não me interessa o quanto eu andei até aqui
O que parece ser mais fácil é desistir
Não... a luz do sol ainda não brilhou pra mim
Não... essa verdade não pertence a mim
Eu sou um espírito selvagem
Instinto, loucura, coragem
Sonhando com um mundo irreal
E a razão
Está sempre atrás da emoção
E é por isso que a dor da ilusão
É sempre igual
Ande sempre de mãos dadas com o seu destino
E aceite os seus dias como eles vão acontecer
Na certeza de que tudo é como deve ser
Nada acaba antes do fim
Se é que existe o fim
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