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Aquele Lápis de Carvão

Joana Amendoeira

No verde de um papel adormecido
Dançando no romper da madrugada
Um lápis fez um rasgo desabrido
O sonho que meu peito desvendava

Libertas do carvão entre silêncios
Cresciam histórias vivas desenhadas
E o traço do pintor, nesse momento
Deixava um rasto cinza de passagem

Nasceram aventuras delicadas
Discretas fontes de água e de coragem
E o tempo baloiçado nas pisadas
Do fruto dos seus dedos em viagem

Tal como a voz que canta a melodia
Bailada neste verso dedilhado
Assim dançavam loucos de alegria
Os dedos de um sorriso apaixonado


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