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Por Ter Querência na Alma

Joca Martins

Um resto de cacho atado
E um rangido de porteira
Trago na alma gravado
Cada naco de fronteira.

De sentar um "cogotilho"
Vez em quando me dá gana
Então busco de minhas garras
A sua imagem de badana.

E talvez de um par de esporas
Ainda sobre o talareio
Pra que eu me lembre de uma copia
Que emalei com meus arreios

Parece que prendo aos tentos
Um bocal ainda com baba
Eo bagual sempre de tiro
No final das revisadas!

Se conservarão grongueiras
As imagens que guardei
Pedaços de pampa grande
Que aos meus olhos estancieiros

Do matear que madrugava
Fogoneando co'as cambonas
Lembro os chasques que mandavam
No intervalo das cordeonas

Garroneando algum brasino
Um coleira mais que bueno
Com vista de peao de estância
Traquinava no rodeio

No grito de "tô a cavalo"
Se soltava um fiador
E a soiteira se enredava
Donde a marca têm valor.


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