
Horizontal
Juliano Holanda
Quando o pé acerta o rumo,
A estrada se orienta,
Cada passo que se inventa,
Pisa o chão e toma prumo.
Cada fruta tem seu sumo,
Cada hora, o seu momento,
Cada folha tem seu vento,
Quando a areia se levanta,
A imensidão é tanta,
Que arrebenta o pensamento…
Longe, nuvens tão imensas,
Deslizando, carregadas,
Como ondas disparadas,
São tão leves e tão densas.
São embarcações intensas,
São cargueiros libertados,
São navios naufragados,
São veleiros, são escunas,
Navegando pelas dunas
Desses olhos marejados…
Já o mar tem duas rotas,
Quando é dia e tudo brilha,
A correnteza é uma trilha,
No traçado das ilhotas,
Voam mais que gaivotas,
No desejo, que é tão grande,
Não há cria que desande,
Tudo é vasto, tudo é certo,
Nesse carnaval deserto,
Onde a alma se expande…
Mas, se é noite, o mar serena,
E adormece pensativo,
Sem anseio e sem motivo,
Sua mansidão é plena,
Mesmo a estrela tão pequena
Deve ter alguém que aponte,
Mesmo que a manhã desponte
É tão doce a maresia,
Toda linha se desfia,
Menos essa do horizonte.



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