A Cura
Kalu
Com todos os avanços da ciência,
Algum dia o mundo tem de mudar.
Se os deuses não tiveram clemência,
Aqui na terra, quem irá nos salvar,
Inventar uma vacina anti-violência,
Anestesia pra desilusão,
Um comprimido contra a intolerância,
Uma injeção letal na corrupção?
Há cura,
Só que ninguém nos acode.
Acorde:
Que tá um “deus nos acuda”.
Não muda:
Já que ninguém se comove,
A cura
É sempre mais uma dose.
E nem me fale
Que o moleque
Conseguiu largar o craque,
E, hoje em dia, na favela, ele é destaque,
Que é o rei do batuque
E do samba de breque;
Que como num truque
Trocou seu tormento
Por um contra-cheque.
Pois de conto de fada
E conversa fiada
O mundo tá cheio, irmão.
Para, que tá feio! para, que tá feio!
É o tempo que passa
E o povo padece.
O consumo cresce
E nos ameaça
E nego oferece
Quase de graça:
- vai, véi?
- vou não, véi.
- valeu, véi.
- de boa.



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