
À Vera
Leo Bianchini
Não pelo batom no colarinho
Nem porque são 4 da manhã
Ou pela fragrância indefinível
Mistura indelével de puro óleo diesel
Com mexerica ponkan
Nem por esse hálito de gim
Que ele disfarçou com hortelã
Ou por estranhar suas maneiras
Sair de bandeira da segunda-feira
Direto pra maracanã
Mas porque em quarta-feira quente
Faz bem pouco dia desses
E o castelo desmantela
Foi logo dizendo que me amava
E eu pedi que repetisse
E ele disse: amo a vera
Não deixei ele dizer palavra
Que absurdo, que cê pensa?
Isso nunca supera
Punhalada dessas não se espera
Já pra rua! Tchau e bença!
E desde então perdi a fé
E essa história de amar a Vera
Que eu mal consegui ficar de pé
Hoje eu lhe pergunto essa Vera
Quem ela pensa que é?



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