Groenlândia
Lomma
Eis que os teus quarenta sóis
Dispersam pelos campos, pelos matagais
rutilantes aguaceiros
Mantêm vivas tuas fontes, teus sertões
Minha alma disputada optou pelo teu cheiro de coisa viva
Mas teu sangue se diz morto
E o teu olhar condena, queima e se esquiva
Eis então que o teu tordilho negro
Voa louco pelo capinzal
E te encontras de repente levitando acima dos murais do sol
Mantos, liaças e soberbos ponches
cobrem as ruas, cobrem os portais
A necessidade de ser tudo
Lutando contra os madrigais
podem me chamar de louco
Eu pouco estou ligando
Estou vivendo ou não?
Me entristece a falsa sutileza
Nos teus atos, na tua voz comum
Vou beijar, morder teu rosto e sulcar teu corpo
Groenlândia, Groenlândia...



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