Eu Sou Um Boçal
Lua Alvez
Será que eu morri, ou sobrevivi?
Não tenho nenhuma prova real da minha existência
Pra que a insistência em saber quem eu sou?
Parece fatal que eu seja igual a um índigo indecente
Apesar de não ser quem eu queria
Eu tenho vontades e desejos reais, pareço capaz de contemplar o pôr do Sol
E ser todo dia curador de ferida
Desse bípede feliz
Com todos meus pés vou pisar na areia
Correr de zero a cem em dez, deslocando o tempo
Como tudo aqui dentro desde que começou
Essa viagem astral, essa briga banal desperdício de calor
Pra quê?
Se depois que morre o corpo vai virar capim
Não se aprece, não se afobe a morte não é o fim
No meio da fuça semifusa orbital (e depois)
Um gole de cerveja bem num trago é natural, é genial
Eu sou um boçal
Eu sou um boçal, genial, colossal, glacial
Eu sou um boçal, genial, colossal, glacial
Eu sou um boçal, ge-ge genial, co-co colossal, gla-gla glacial
Boçal, genial, colossal, glacial
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