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Antigamente, era coito a Mouraria
Daquela gente condenada a rebelia
O fado ameno, canção das mais portuguesas
Era o veneno p’ra lhes matar as tristezas

A Mouraria, mãe do fado doutras eras
Que foi ninho da Severa
Que foi bairro turbulento
Perdeu agora todo o aspecto de galdéria
Está mais limpa, está mais séria
Mais fadista cem por cento

Adeus tipóia com pilecas e guiseiras
Adeus rambóia e cafés de camareiras
Nada mais resta da Moirama que deu brado
Do que a funesta lembrança desse passado

A Mouraria que perdeu em tempos idos
A nobreza dos sentidos
E o pudor de uma virtude
Salvou ainda toda a graça que ela tinha
Agarrada à capelinha
Da Senhora da Saúde

Escrita por: Frederico de Brito / Júlio Proença. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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