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Desvalidos

Luiz Coronel

Eu não tenho canto altivo
A centauros legendários
Canto o homem do povo
E seu viver tão precário.

Não canto garbosas pilchas
Mas camisas remendadas
O santinho no pescoço
E nos ombros uma enxada.

Gente de roça e lavoura
Alegria frágil, tola
Meninos de beira de estradas
Vendendo melão e cebola.

Elas levam sobre o ventre
As pesadas melancias
Tiram leite, colhem fumo
São miguelinas, marias,

Sentados nos calcanhares
Esperam uma condução
Triste destino de espera
A chuva, a nova estação.


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