Meu Pingo
Luiz Marenco
O pingo do meu arreio
Foi eu mesmo que domei
Arrocinei, enfrenei
No estilo do pastoreio
Mestre de cancha e rodeio
Gateado de toda crina
Fogo aceso na retina
Que jamais apaga o brilho
É o cavalo que eu encilho
Nos dias de ver a China
Me espicho ao trote chasqueiro
Numa toadita de ronda
Bombeando a Lua redonda
Daquelas de corpo inteiro
Talareando o parelheiro
Que não precisa de pua
Nesta comunhão charrua
Entre o gaúcho e o pingo
Que adivinha que é domingo
E vou rever a chirua
Ele conhece o caminho
Das outras vezes que veio
E vai atirando o freio
No rumo certo do ninho
E eu me tapo de carinho
O coração corcoveando
Meio tonto imaginando
Um beijo de amor sincero
E não falta um quero-quero
Pra avisar que vou chegando
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