Mariana
Mão de Onze
Perca suas asas e vá rastejar bem longe do sol
Tudo quanto pensa é nada quando diz
E nunca é mais que um só:
Um só você que quer girar
Em torno do que você chama de dois
Mas isso é três, é cinco, é dez
E quantos mais tiverem sua vez
Perdida entre os, sim, vivos
O desfeito é que se fez
Do desgaste do seu vício,
Mariana, Mariana!
Pare de antever futuros saudosistas do seu valor
Curve-se ao estrago em nome do receio de toda essa dor
Voltar do nada a infernizar
A quem nunca mesmo pôde entender
Que a verdade é só um vassalo
Do medo e dissimulação!
Só veio à tona sobrecarregada,
Livrando um outro coração
Da mágoa em você descarregada,
Mariana, Mariana!
Siga a sina de derrota:
De nada melhor se faz revolta.
Tenha só o autêntico do lado
E um intelecto dos mais recalcados
Veja tudo além e ainda mais longe,
Sirva-se disso prá passar fome!
Não seja fake,
Não seja over,
Que tal ser out?
É o melhor prá se arranjar
À sua autopiedade demente!
Sua maneira destrutiva
De querer ser diferente
Não justifique a miséria com amor,
Não santifique seus atos em prol de sua dor,
Desmistifique a imagem dos anjos pro homem,
Decodifique sua vida com seu próprio nome,
Mariana, Mariana, Mariana
Agora todos os mentirosos,
Todos os iludidos,
Todos estão sorrindo sem saber,
Por não querer, ou por não poder,
O quanto me fizeram odiar você!
Mariana, Mariana



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