Maíra (Maldito Fruto)
Marcelo Sol Posto
Ela se encantou de um subalterno rapaz
E perplexa fustigou seus anseios, mas notou
Que era inevitável o despertar do amor
Ela se entregou tão obscena e voraz
Sua mãe desaprovou, contra ela bravejou
Mas ela obstinada insistiu, teimou
E seguiu assim, entregue aos prazeres da paixão
Amava às escondidas, longe de reprovação
Escancarada e nua ao amor que confiou
Ela se achou gestante e entrou num estupor
Depois da volúpia, a consternação
De se sentir maldita entre as mulheres
Cheia de desgraça e de desfavor
Abandonada num tenebroso desamor
Lágrimas caem da face dela
Por ter que expulsar das suas entranhas
O indesejado e maldito fruto
Qual gerado e concebido pelo espírito profano
A partir de agora, num momento distante
Ela vai ficar com a triste lembrança
De um momento que nunca se completou
A lembrança vem do interior do seu ventre
Que ela incauta fecundou depois de amiúde amar
E mal aventurada o gérmen malogrou
Doravante, então, depois dessa difícil decisão
Depois de todo pranto, de partido o coração
Estancado o seu sangue que a virilha derramou
Ela vai seguindo a vida como lhe restou
Depois do alívio, a insegurança
No olhar o peso da cruz da desconfiança
Mesmo sorrindo ela se incrimina
Se auto condena, mas se domina
Mesmo que o amor ainda seja intenso
Um sentimento inverso de extrema repulsa
Brota em sua busca pelo perdão
Roga por ela em sua própria intercessão



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