
Iracema
Marcio Moreno
Cunhatã, Ibi-guardiã, a Flor de Tupã
Raiz da Jurema
Tabajara, Lábios de mel, Indomável
Iracema!
A virgem que arrebata o invasor
Instinto caçador e Ajaré
Flecha que uniu dois caminhos
Quebrada na fumaça do Pajé
Destinos entrelaçados, repaginados
Sob o olhar de Irapuã
A ira do bravo guerreiro, traiçoeiro feito Acauã
Pelas margens do rio, pela beira da mata
Conflitos, Tacapes, o amor se afugenta
Ecoa Inúbia, sangra a floresta
À luz de Alencar, Poema!
É noite de guerra!
Refúgio onde o verde beija o azul do mar
Martim em dilema!
Encharca o coração de Iracema
Um peso desmedido, solidão
O tempo traz herança, Miscigenação
E a Jandaia se cala na velha palmeira (não’aldeia)
Do pranto raiou Ceará
Eis o suspiro derradeiro
Nasceu, Bambino Guerreiro!
Sou o amor que herdei de Iracema
A bravura, o branco Martim
Urucum do cocar e da pena
Sou Bambas, mestiço sim!



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