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Caça Aos Cifrões

Max Dolabella

De repente parece que eu estou no meio de um formigueiro envenenado.
Fumaças, luzes, barulheira, grande confusão.
Um corre, corre, corre todo mundo, quanta coisa se quer ter.
É a cidade.

Na pressa de ganhar algum dinheiro
cada um corre se enforcando na gravata.
Vai se envolvendo e dá tudo de si. Vai acinzentando e fica na pior
Precisa de céu e sol

E o céu ainda é azul. Bosques e campos ainda são floridos.
Mais aqui e ali, quanta gente caçando cifrões.
Quantas mentes escravas de tubarões.

Assim não dá. Assim não vai dar.

E a criança na rua. Tão faminta, quase nua.
A criança que pede um pão, dá um sorriso e recebe um não.

Quem finge não ver é quem só quer ter o que ela não tem
Mas ela quer viver e mesmo sem ter, ainda consegue ser feliz.

Vamos melhorar, vamos compartilhar
Vamos revolucionar. Revolucionar e já.


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