Ciranda Carioca
Miguel Rabello
São esfinges com olhos azuis
Nas areias de São Conrado
Coliseu no calor de Bangu
E os leões rebelados
Pedras grandes, carrancas, moais
Formam totens desconfiados
Aliados, quebrantos, baús
Seus canhões prateados
Quando a maldade se abre
Rindo riso em dentes de sabre
Guerra, contra-ataque, investida
Pergaminhos da cidade perdida
Quem sabe
Quando a ciranda se abrir
Vamos
Ver a cidade se unir
Na pirâmide o topo reluz
É o sol ricocheteado
Pelo espelho na mão dos zulus
Foliões preparados
Redentor, solta os braços da cruz
Pra manter todos abraçados
Vejo sombras dançando lundu
Nossos antepassados



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