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Dissonante

MonoLLogo

O frio chegou
E nada mudou
Somos meras peças
Neste quebra-cabeça
O som que ecoou
E que embriagou
Meus pensamentos
Tão sóbrios

Sobre o que eu penso que eu sou
Sobre o que o pranto lavou
Soube que alguém repousou
Sobre tuas dores
Soube que o vento traiu
Soube que o fim resumiu
E justificou teus erros

"...eu vi teu coração mofar
Por estar abandonado
Como em uma casa
Tentei fazer morada
Tentei me abrigar
Dormia sem me preocupar
Em saber a quem pertencia
Não era minha, nunca seria
Isso nunca deveria ser chamado de lar
Você nunca deveria ter me convidado a entrar
Teu coração não é um lugar seguro pra ficar
Teu coração não é um lugar
Pra chamar de lar...”

Mas nos meus versos de mentira
Não consigo encontrar você
E a cada frase mal escrita
Eu juro que tentei te convencer
Que aquela tarde cinza
Foi mais um devaneio
Sereno, ingênuo, sereno

Mas não se esqueça de colocar
Todas as cartas sobre a mesa
E beba um gole mais
Dessa dose de tristeza
E reconheça a amargura
Na qual tua doce voz
Me aprisionou
Quando contou
Aquilo que não falou
Mas explicou
Quando fitou
Teus olhos difusos
Nos meus, confusos

E a cada nota dissonante que eu tocava
Você dançava
A cada verso escondido
Eu te encontrava
E a cada estação que chegava
Me recordava das escadas
Na qual meus pés se recusam a pisar


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