Grito Nordestino
Nildo Freitas
Olhando o facho de fogo na mão
Vou caminhando no sertão
Alumiar a vida do meu povo
Que morre na seca do nordeste
A cabaça não tem água
A caçimba já secou
Só resta agora a esperança
Ou comer mandacarú
Tempo esse já não sei
Em que posso acreditar
Se a chuva demorar muito
O sertão vai se afogar
Esperar verde já não posso
Esperança já morreu
Partirei de pau-de-arara
Para o mundo da ilusão
Não ficarei para sempre
Não vou me acostumar.
Se chover lá no sertão
Voltarei para plantar
Sementes no solo fértil
E viver ao deus dará.
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