Velho Carreiro
Oliveira, Oliveirinha e Luiz Conceição
Minha boiada
Minha vara de ferrão
O meu carro aonde passava
Deixava rastro no chão
Minha boiada
Minha vara de ferrão
O meu carro aonde passava
Deixava rastro no chão
Por que está triste
O meu velho companheiro?
É porque sinto saudade
Do tempo que fui carreiro
E os seus olhos
Por que vive a lagrimar?
É porque estou muito velho
Não posso mais carrear
(Velho carreiro, se conforme com seu destino
Olha seu moço, pois eu fui carreiro desde o tempo de menino
Mas deixe essa vida, esqueça sua boiada
Aí então tristonho o velho me arrespondeu
Um carreiro nunca esquece a sua vida passada)
Minha boiada
Minha vara de ferrão
O meu carro aonde passava
Deixava rastro no chão
Minha boiada
Minha vara de ferrão
O meu carro aonde passava
Deixava rastro no chão
Velho carreiro, como chama vosso boi?
Chama saudade de um amor que já se foi
Se eu pudesse queria de coração
Que meu carro e a boiada carregasse o meu caixão
E o meu retrato
Eu queria sobre a lousa
Por lembrança de um carreiro
Que nesta campa repousa
Minha boiada
Minha vara de ferrão
O meu carro aonde passava
Deixava rastro no chão
Velho carreiro, como chama sua boiada?
Chama saudade de uma antiga namorada
Minha boiada
Minha vara de ferrão
O meu carro aonde passava
Deixava rastro no chão
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