Trem da Lembrança
Os Trovadores do Campo
Voltei ao passado no trem da lembrança
A estação criança foi ponto final
Rumo a velha casa peguei um atalho
Molhado de orvalho cheguei ao quintal
Mamãe cozinhava no fogão a lenha
Que o bom Deus a tenha que a tempo se foi
Nos fundos da casa o titio Aleixo
Consertava o eixo do carro de boi
Na velha amoreira a taboa pregada
E a corda amarrada balanço que armei
A perna arranhada na testa o calombo
Lembrança de um tombo que um dia levei
Na porteira a marca feita a canivete
Em 05 do 07 de 62
Dois nomes dois sonhos unidos na infância
Depois a distância e a magoa depois
Peguei a estradinha que a tempo passado
De foice e machado meu pai que abriu
Vi um monte de terra lembrei do sufoco
Por conta de um toco que a frente surgiu
Avistei meu velho congelei a imagem
Que marcava o auge da minha emoção
E o pranto surgido com fúria selvagem
Rompeu a barragem do meu coração
Quem leva no alforje a dor como herança
Quem planta esperança sem nada colher
Duas vidas tem como eu sempre tive
Aquela que vive e a que sonha viver
Quem tem a consciência do tempo que eu tenho
Quem vem de onde eu venho e sabe o que eu sei
Reconhece o preito que reina o poeta
Na rima dileta que dele eu herdei
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