Talvez eu não seja poeta
Pablo Bertola
Talvez eu não seja poeta
Talvez eu só traga uma seta
Cravada no peito que espeta
Quando a vida é curta
E a alegria é pouca
Quando busco uma reta na estrada torta
Talvez eu não seja poeta
Só traga no peito cravada uma faca
Que dilacera
Quando abro a janela
E a natureza é morta
Quando o grito é frágil
E a justiça é surda
Talvez eu não seja poeta
Só traga no peito uma ferida aberta
Que aperta
Quando a ilusão me visita
Quando a palavra exata escapa
E jamais é escrita
Talvez eu só seja um romântico
Nesses dias de luta
Com um gemido discreto
Atado à garganta
E um grito lunático que ninguém escuta



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