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Uma Seca Nordestina

Poeta J Sousa

Quando tem uma seca no sertão
Nosso povo padece até demais
Falta pasto no chão pros animais
E para o pobre na mesa falta o pão
O roceiro que faz a plantação
Vê a mesma na cova se acabar
Ele diz bem tristonho a chorar
Este ano ninguém vai ter fartura
Que sem chuva na terra seca e dura
Não tem como a semente germinar

Seca rios açudes e barragem
E a sede invade o sertão
Só trazendo sufoco e aflição
Para o gado sem água e sem pastagem
No terrível calor da estiagem
Seca as matas do meu sertão inteiro
Sem semente, sem sombra e sem poleiro
Muitas aves da nossa região
Batem asas pra outras terras vão
Sem destino e também sem paradeiro

O Sol quente bem quente estorrica
Todo o verde da mata nordestina
Que na seca cruel e assassina
Nada verde na nossa terra fica
Ninguém ouve a cantiga da peitica
Sem folhagem os pássaros não faz farra
Na lagoa não vê-se a algazarra
Que um grupo de sapos executa
E na mata pelada só se escuta
A cantiga bem fina da cigarra

Pelos campos se vê muitas caveiras
De bois, vacas, bezerros e outros mais
Não se vê inhambus e nem preás
Pelos campos e nem nas capoeiras
Os calangos se escondem nas pedreiras
Pra fugir do calor muito cruel
Urubus têm fartura a granel
Que o gado que morre eles consomem
Só escapam jumentos por que comem
Casca seca, sabugo e papel

Muitos pássaros da nossa região
Vão embora embusca de outros ranchos
Que as matas viradas em garranchos
Não lhes dá mais abrigo e proteção
Ninguém ouve a cantiga do carão
O profeta da chuva e bom cantor
Fome, sede, doença e horror
Do nordeste inteiro toma conta
Estorrica o sertão de ponta a ponta
Na quentura do Sol abrasador

De manhã o roceiro bem contente
Se levanta dum sono bem gostoso
E com seu coração esperançoso
Abre a porta pra ver se vê somente
Uma barra de chuva no nascente
Mas aí sua fé logo se arrasa
Porque vê é o Sol da cor de brasa
Bem vermelho surgindo no nascente
Aí ele tristonho novamente
Vai rezar e chorar dentro de casa

Nordestino faminto vai embora
Pra São Paulo, pro rio ou pra brasília
Abandona o lar e a família
E a terra querida que ele mora
Vai atrás dum emprego lá por fora
Pra mandar prafamília algum dinheiro
Chega lá só encontra desespero
Desemprego e violência também
Não consegue ganhar o dinheiro nem
De voltar pro nordeste brasileiro

Uma seca sem dúvida alguma faz
Um estrago danado no nordeste
Que no mundo não há nenhuma peste
Que supere uma seca bem voraz
Pros humanos e para os animais
Ela traz um terrível sofrimento
Porque falta água e alimento
Que sustenta a vida com certeza
E a seca com a sua dureza
Escasseia da vida o sustento

Como é triste a gente observar
Num período de seca prolongado
Tanto pai de família ser forçado
A entrar no mercado e saquear
Não quer ser um ladrão mas vaioubar
Alimento pra cada filho amado
E depois de vê o filho saciado
Satisfeito e feliz de bucho cheio
Com o que ele tomou do que era alheio
Vai chorar se sentindo envergonhado

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Compuesta por: J / Poeta J. Sousa. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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